Recentemente, o cenário elétrico brasileiro começou a apresentar os resultados de uma transição que se iniciou há cerca de 6 anos, quando começamos a aproveitar a fonte de energia limpa mais abundante em nosso país: a luz do sol.
Através do uso da tecnologia fotovoltaica, que converte diretamente a luz solar em energia elétrica, projetos centralizados e distribuídos de geração se espalham vertiginosamente por todo o país, atraindo milhões em investimentos para o Brasil.
Na geração distribuída, onde a energia é gerada próximo ou no próprio local de consumo, consumidores residenciais, comerciais, rurais e de órgãos públicos podem, e estão, reduzindo em até 95% o valor de suas contas de luz.
Para isso, eles instalam um sistema fotovoltaico (SFV) e o conectam à rede elétrica, entrando no sistema de compensação de energia elétrica criado pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) em sua Resolução Normativa (RN) 482, de 2012.
Esta foi o grande marco que impulsionou o segmento, fazendo com que se tornasse muito mais vantajoso e rentável gerar a própria energia, e puxando o número de sistemas, que então era de apenas 2, para mais de 30.800 hoje.
Esse crescimento, no entanto, começou a se intensificar somente nos últimos anos, puxado pelas novas modalidade de geração criadas pela Agência na RN 687, de 2015, que ampliaram o mercado de consumidores aptos a gerar sua própria energia.
Além desse, temos também a queda de 70% no preço da tecnologia nos últimos 10 anos, os incentivos fiscais liberados ao segmento e, claro, a constante inflação energética brasileira que, desde 2012, acumula uma alta de 499%, segundo dados do Ministério de Minas e Energia (MME).
E todas essas condições favoráveis são as que continuarão expandindo o mercado, que deve chegar em 2024 com 886.700 unidades consumidoras integrantes ao segmento, segundo as projeções oficiais da Aneel de 2017.
Como Funciona a Energia Solar Fotovoltaica Para Casas e Empresas
O primeiro passo para o consumidor que deseja aproveitar dessas vantagens da energia solar é procurar uma empresa integradora de preferência, a qual dimensiona e projeta os sistemas especificamente para cada cliente.
Para isso são estudados vários fatores, sendo os principais deles a média anual de consumo elétrico do cliente, o nível de radiação solar na região, a direção e inclinação do telhado, entre outros que impactam diretamente a geração.
Após isso vem a instalação do sistema, onde o painel solar (conjunto de módulos fotovoltaicos, ou placas solares, como são popularmente conhecidas) é fixado no telhado, que irá captar a luz do sol e convertê-la em energia elétrica.
Essa energia, então, é encaminhada para o inversor solar, outro componente importante do sistema, que converte essa energia para as características da nossa rede, de corrente contínua para corrente alternada.
A energia agora já pode ser consumida por qualquer aparelho elétrico, passando pelo quadro geral e sendo enviada para todo os ambientes do imóvel.
Caso a produção supere o consumo, o que geralmente acontece nos momentos de pico de radiação (meio-dia), o excedente é injetado na rede elétrica e “emprestado” para a distribuidora, gerando os créditos energéticos.
À noite, ou em momentos em que a produção é menor que o consumo, a energia continua vindo da rede normalmente. No final do mês, então, é feito o balanço dessa energia consumida e injetada.
Esse sistema de créditos, chamado de compensação de energia elétrica, funciona de maneira proporcional, ou seja, para cada Watt de energia injetada é gerado um crédito, o qual abate um Watt de energia consumida.
Esses créditos ainda possuem um prazo de 60 meses de validade, permitindo aos consumidores acumularem nos meses de maior geração para compensar nos meses de menor produção.
Para o consumidor poder participar desse sistema, o seu SFV precisa ser homologado pela distribuidora e conectado à sua rede, parte final do trabalho da empresa integradora, que faz toda a parte burocrática com a concessionária.
Após a instalação, técnicos da distribuidora vão até o local conferir se esta está de acordo com o projeto apresentado e, estando tudo dentro das normas, é trocado o relógio de força por um modelo bidirecional (que mede a energia que entra e sai) e o sistema é conectado à rede.
Pronto! Assim se inicia uma história de economia de mais de 25 anos (vida útil do painel), com o consumidor gerando toda a energia que consome, reduzindo sua conta de luz e ainda trazendo sustentabilidade ao país.